terça-feira, 1 de junho de 2010

TRATADO SOBRE FRITURAS




Um pessoa que trabalhava comigo disse:
"você inventou tal história para me fritar"
Eu não sou óleo quente,
apenas não suporto ser manipulado...
nem ter que ficar batendo continência,
ser certinho, educado, não falar palavrão

Educação? Eu possuo educação sim,
mas não a educação que se submete,
que se cala diante da injustiça,
que abaixa a cabeça

"Você quer me fritar"...
e de preferência no azeite português extra virgem
ou no dênde dos Orixás da mata fechada

As frituras são bem criativas...
As tilápias africanas
conseguem nadarem nas águas ultra quentes
que circundam os vulcões
sem serem fritadas

Comecemos aqui um tratado sobre frituras:
frito os ossos da mente no óleo
soberano dos poemas de Fernando Pessoa
e juro que me sinto intenso e farto
por todas as minhas carnes e palavras

As frituras que o universo dos meteorítos
nos servem, longe estão do colesterol malígno,
das congestões causadas pelas palavras
tortas dos que não sabem o que são palavras

A boa palavra nos frita mais que o sol dos desertos sauditas,
mais que a pira dos navios que seguem para Gibraltar,
mais que as gaivotas que migram
entre as estações infernais das boas leituras
para a Ilha de Páscoa

(edu planchêz)

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