sexta-feira, 4 de junho de 2010

MÁQUINA...




montando peça por peça essa máquina,
essa cabeça, esse peito semi desmontado,
observo as casas e suas luzes,
os anos acumulados nesse corpo,
os que se foram, os que vivos ainda estão,
os que acabaram de coroar,
saírem por esses novos dias dos ventres
de suas mães

o inverno na porta,
as linhas das coisas fazendo
o que tem que ser feito,
em minha vida,
na vida dos outros viventes

esse tudo novo que me incomoda,
esse não sei que badala
diante dos meus olhos
se parece com um disco,
com um calendário Maia,
com uma roda d'água,
com uma roldana movida por uma corda
que possui um balde em sua ponta:
no fundo desse poço além de lama
há água, enguias, preciosas pedras,
peixes de cores indescritíveis

(edu planchêz)

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