domingo, 13 de junho de 2010

Minha Fada, mãe, irmã e fêmea




( à T B )

Fadas saindo dos vãos dos meus dedos silvestres,
da alegria de estar vivo,
dos gomos do bambúm meu eu
Eu, oriundo do vento
do ventre de minha mãe guerrilheira
e dos ventos pergaminhos das matas e ruas
(que no fundo são os mesmos ventos)

Fadas feitas de biscoito e queijo amarelo
enfeitam a mesa de nosso doce café
comprado com a graninha generosa
que meu valente pai mandou

Choro porque amo tanto
as minhas queridas de alma,
em especial,
a minha amada distante que deve nesse agora
estar à dormir sob as cobertas de perfumes
e o frio do Vale do Paraíba do Sul

Ela é uma Fada de mãos e pés delicados,
minha namorada deliciosa
gosta de montanhas e rios pequenos,
de frutinhas e capim

Fadinhas de mim e de ti,
somos o simples, a gotinha de leite,
colherinha de chocolate...
os olhos de meu filho ainda para mim pequenino,
das tuas filhas lindas de doer

O tempo segue porque ninguém segura o tempo
que cobre de branco nossos corpo trabalhadores
Branco é a cor não cor, o corte,
o intervalo de todas as noites e dias,
os lábios desse dia são os lábios de minha amada,
de minhas queridas( eu não posso mentir)
De que me vale ser poeta mentindo?

Nada escondo das fadas, também sou fada
à penetrar pelas fendas
que existem onde não há fendas

Sou tão pequeno, tão minúsculo,
menor que o menor,
sei que depois que eu passar
nada e ninguém de mim lembrará,
e também qual o sentido de ser lembrado?

O esquecimento mora no arco-íris,
nas linhas azuis do corpo,
nos azuis da tua noite,
da nossa noite, do sono meu e teu
reduzidos a grãos de terra preta

Minha Fada, mãe, irmã
e fêmea

(edu planchêz)

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