segunda-feira, 24 de maio de 2010

que ninguém me cobre coerência





que ninguém me cobre coerência,
sou apenas um simples enlaçador de mundos,
uma planta que cresce com o teu toque,
um sujeito que caiu no mundo sem pai nem mãe

o que você chamam de lar, família...
não me serve, meus altares são outros,
o planeta que vês não é de qualquer forma
o planeta de meus carnavais

se me seguires dormirás de cabeça para baixo,
vos garanto elevar-te até o pescoço da girafa
e verter-te em corvo

não servirei para nada em tua vida,
a não ser que coleciones novelos de linhas,
sapos de chifres,
latas de espinafres,
gargantilhas de ouro...

veja que não varro a casa
para não contrariar as bruxas,
nem as crianças que guardam debaixo
das tampinhas grilos e astronautas

rasgue meu telefone,
engula meu endereço,
esqueça que alguma vez ouviu o meu nome

de nada te sirvo,
sou apenas que um destrói os elos,
os ganchos dos cadeados,
as algemas que prendem na alma o mundo

(edu planchêz)

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