quarta-feira, 31 de março de 2010

pelo chão acre venoso da floresta







Os ventos que levam as flores
também levam o que é falso,
por conta de tal verdade dormirei melhor,
abrindo os pequenos potes onde
guardo as cinzas da hipocrisia dos menos evoluídos,
para que as moscas da servidão se alimentem
com a farinha dos ossos das dores que esses me causam

"É preciso saber viver", ir convivendo de forma suave
com os tacanhos, com os que ainda não despertaram
para os dizeres de um homem que enquanto vivo
foi ignorado: "gentileza gera gentileza"

Adoraria que minhas canções também tivessem um milhão
acesos, mas infelizmente um milhão e meio de aturdidos
preferem dispensar suas atenções
com a futilidade de um reles programa de TV
que na minha opinião é um afronto ao pensamento,
aos que pensam

Violeta Parra, Silvio Rodrigues...
"vamos vivendo com as horas que vão passando",
com as comedidas luzes vindas da "lanterna dos afogados"...
de grão em grão as aranhas vão subvertendo suas presas,
de pingo em pingo vou argimentando meu mar andaluz,
minhas minúsculas e preciosas vozes

"Filme não visto é filme que não existe"
disse o sábio cineasta ultrajante Jean-Luc Godard

Sei que muitos irão ficar se perguntando
(me perguntando)
o significado intríssico de cada termo,
de cada palavra aqui exposta...
mas antes que isso o façam,
usem uma coisa comum à todos,
a reflexão, o esquelético pensamento,
a capacidade de ver o que está além dos muros
Aprendam com os lobos,
penetre no âmago da alcatéia
e seja também um dos que rasteja pela aspereza da neve,
pelo chão acre venoso da floresta

( edu planchêz)

Um comentário:

  1. Sei que muitos irão ficar se perguntando
    (me perguntando)
    o significado intríssico de cada termo,
    de cada palavra aqui exposta...
    mas antes que isso o façam,
    usem uma coisa comum à todos,
    a reflexão, o esquelético pensamento,
    a capacidade de ver o que está além dos muros
    Aprendam com os lobos,
    penetre no âmago da alcatéia
    e seja também um dos que rasteja pela aspereza da neve,
    pelo chão acre venoso da floresta

    ( edu planchêz)

    "Nem todos Planchêz, tem a (in)felicidade de ouvir estrelas, e rastejar pela aspereza da neve é apenas para alguns(des)privilegiados." Lindo, seu texto poema! Mara Araujo

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