sábado, 12 de junho de 2010
Esse é Rock do fim e do começo do mundo
Esse é Rock do fim e do começo do mundo
agraciado pelo café
que acabei de entornar na minha garganta de condor
A manhã renascida arromba
a tranca que impedia o poeta profeta sacerdote
de entoar as suas preces
Foi uma longa noite, uma jornada que passou pelo choro,
pela morte, pelo fim e pelo começo de tudo
Houve decomposições, cadáveres meus se decantaram
pelas fuligens da noite empestada
de dentes e unhas
Essa foi a minha noite de mutações,
estive nos braços e nos chicotes
dos governantes do Iching,
nas crateras pétreas dos tambores das runas
Precisei largar a mão dos anjos e abraçar o mofo vindo
da côrte das árvores
para na fluidez dos códigos do tempo morno
rever meus olhos e o esquecimento,
a perda da voz e os sonhos
Você dirá "que lindo!",
mas se estivesse nos sulcos das escamas da minha pele
talves optassee pelas abismais janelas do último andar
Agora com alma,
refeito e com o gerador de espermatozóides
mais que em ação,
desfruto os primeiros raios do novíssimo século
por mim esculpido, entalhado...
Eu sou o pintor, o que esculpe as estatuetas
que usarei pelas próximas vidas,
pelos próximos dias e noites
Você não deve estar me entendendo,
mas o dínamo da noite citado por Allen Ginsberg
sabe muito bem a que me refiro
(edu planchêz)
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