sábado, 22 de maio de 2010

Buscou os rastros da infância das coisas para poder continuar



Hoje sou um que sente fome às treze horas e nove minutos,
sem nenhum arrependimento, sem qualquer dose de algo,
andando livre das preocupações pelos sonoros campos,
pelas areias das praias do grande mundo

Uma enorme espiral formada pelos melhores pensamentos
de todos que pensam e pensaram o moderno
rodeia essa casa, contorna meu corpo
e o corpo de meu filho que ainda dorme

Sinte-te bem proximo de mim,
seja lá você quem for,
sentimos as mesmas ânsias,
as mesma coisas de todos os viventes

a aura das corujas habita meus travesseiros,
não sou de dormir cedo,
sempre tento esticar o dia
e me esticar,
e esticar você,
esticar o pano preto que me servia de coberta
no tempo que rondava o velho teatro da CEU,
tempo que minha moradia era as estrelas prenhas
e os corpos das moças lindas que me conquistavam

Buscou os rastros da infância das coisas para poder continuar

(edu planchêz)

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