sexta-feira, 9 de abril de 2010

fundo-me ao orgasmo do subterrâneo insondável


(para Sil,Thê e Má)


após dois orgasmos solitários
fundo-me ao orgasmo do subterrâneo insondável,
olho a mãe e o pai da manhã que nasce...
para mim, para você e para nada...
porque simplesmente a manhã irrompe
e o significado do que aqui escrevo não tem valor

penso muito e o que penso é nada
diante do que nem sei se posso chamar
de pensamento,
o algo que explode sem fazer ruídos nos ninhos
dos seres que gestam estrelas

continuo sendo nada
interagindo com o frio construído pelo solo
que cheira a mofo e folhas húmidas
na entrada da estação que as andorinhas se vão

sei, sou mais um que passa por esse esférico corpo
de cores e sombras
rangendo os dentes,
tendo na mente a imagem
dos rinocerontes
e dos animais que habitam as montanhas
que por ora escalo

(edu planchêz)

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