segunda-feira, 19 de abril de 2010

a beleza das aeromoças


escreverei apenas meio poema
porque a bateria do nosso pequeno computador
está quase no fim

poema meio com sabor de poema inteiro,
sem sabor de poema inacabado

o segue o meio poema sobrevoando
os céus do sul brasil
a bordo de um avião da aero-linhas Trip

toda a alegria de escrever um meio poema
está contida na pequena voz
que lanço aos ares do planeta
assoprando com os dedos as teclas
desse aparelho de comunicação
e criatividade

uma pequena turbulência não invalida
o meio poema que está começando
tornar-se um poema inteiro
por conta da fraca bateria que resiste,
resiste aos sintomas aeronáuticos
do meu meio poema

nasci mesmo para escrever,
herdei do velho J Kerouac
essa rapidez arrancar sílabas
do subconsciente,
das sub-idéias,
dos símbolos contidos
no ar e fora dele

eu sou o poema devorador de céus,
o homem que adora
devorar a beleza das aeromoças

meu poema mais que meio
pilota essa nave pensamento
venho dos berços de Paulo Leminski
feliz, cheio de novas esperança
(edu planchêz)

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